[Resenha] Unicelular

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UNICELULAR

Autor (a): Tarsis Magellan

Editora: Martin Claret

Ano: 2020

Número de páginas: 452

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Sinopse: Rosa Villar, agente da ABIN, é chamada às pressas para investigar o atípico envenenamento do filho de uma influente jornalista australiana que passava férias numa praia isolada no nordeste brasileiro. O que Rosa não imaginava é que o bem-estar da criança estaria ligado a membros do alto escalão da embaixada americana. Para sanar os problemas diplomáticos que surgem, Rosa corre contra o tempo à procura do antídoto para a criança. A agente tem fortes indícios de que a Biotech, uma grande empresa farmacêutica chinesa que comanda uma empreitada gigantesca no país, está envolvida no incidente. Sua investigação leva ao centro de controle da corporação, na distante Ilha de Trindade. Lá, Rosa é apresentada à Iniciativa Unicelular, um projeto que imaginou existir somente em histórias fantásticas. No entanto, ela sente que algo mais está à espreita, capaz de colocar não só a sua vida, mas a de todos em risco. Envolta em uma teia de mentiras, conspirações, segredos corporativos e inúmeras mortes, Rosa, para conseguir o que quer, deve descobrir os mistérios escondidos em um lugar onde não só o homem, mas também a natureza serão seus piores inimigos.

Para quem me acompanha por aqui ou por outras redes sociais sabe que sou biomédica e o livro Unicelular era um dos lançamentos que eu estava aguardando ansiosamente desde que foi anunciado. 

Começando pela parte externa da obra, gostaria de parabenizar a Editora Martin Claret pela capa, diagramação, revisão e toda a edição desse livro. Honestamente é uma das edições mais bonitas que tenho na minha coleção. O livro é dividido em quatro partes e cada uma se inicia com uma página preta com frases do relatório da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência). 

No que diz respeito a leitura da obra, para mim foi extremamente prazeroso ler esse livro. O começo foi mais demorado, pois cada nome científico citado eu ia atrás para conhecer mais e entender melhor do que se tratava (principalmente na parte III), e a história também é um pouco mais lenta. Porém, a partir da quarta parte a leitura ficou muito mais fluida e eu não conseguia mais largar e nem procurar nada, de tão imersa que fiquei na trama. 

A construção dos personagens é muito bem-feita, e o leitor deve se atentar não só ao nome, mas também aos sobrenomes para não se perder na leitura. Sem spoilers, mas em determinada cena, um dos personagens acaba em uma situação onde começa a entrar líquido em seu capacete. O autor descreveu tão bem a cena que eu estava me sentindo aflita e sem ar pelo personagem (é um perigo isso). 

"Momentos de desespero geram decisões drásticas, mas também soluções". 

Contando um pouco para vocês da história sem tirar o suspense e emoção, Rosa Villar, agente da ABIN é convocada para investigar um projeto após o estranho acidente envolvendo uma criança e um suposto envenenamento. Porém esse projeto é muito maior do que Rosa imagina envolvendo ciência, política, dinheiro (muito dinheiro). 

Sabe-se que a empresa Biotech, farmacêutica chinesa instalou-se justamente em regiões do nordeste brasileiro e há fortes indícios que está relacionada ao caso do menino envenenado. No entanto mais casos entrelaçados surgirão, juntamente com imensas dúvidas sobre qual o propósito desta farmacêutica no país, e em quem Rosa poderá confiar. 

Além de Rosa, há vários personagens secundários muito importantes na trama, como alguns membros da equipe da Biotech e o pesquisador Alex Loureiro (personagem que gostei bastante). A escrita do autor Tarsis me lembrou em alguns momentos a escrita de Dan Brown, em seu livro Inferno. 

“Mas havia questões importantes: A Iniciativa Unicelular de fato solucionaria os problemas? O risco valeria a pena?” 

Novamente, para mim foi uma leitura deliciosa, pois vários termos são da minha rotina. Revistas científicas Nature (por exemplo), técnicas western blot e claro, o Instituto Butantan. Se você começar a ler e se deparar com muitos termos científicos, não se apegue a isso, mas sim a história em si e tenho a certeza que você viverá fortes emoções com “Unicelular”.