13 de janeiro de 2020

[Resenha] Quatro estações em Roma

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Quatro estações em Roma
Título Original: Four Seasons in Rome 
Autor (a): Anthony Doerr 
Editora: Intrínseca 
Ano: 2017
Número de páginas: 240 
Adicione à sua estante: Skoob 
Sinopse: No dia em que Anthony Doerr e a esposa voltam da maternidade com seus gêmeos recém-nascidos, ele descobre que recebeu um prêmio da Academia Americana de Artes e Letras, o Rome Prize, que inclui ajuda de custo, um apartamento e um estúdio para escrever na Itália. Quatro estações em Roma nasceu das memórias do ano que o autor passou na cidade com a esposa e os filhos. Vindo do interior dos Estados Unidos, o estranhamento de Doerr com o novo país começa logo na chegada: a cozinha do apartamento não tem forno. As janelas não têm telas. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, as verduras e frutas são vendidas em feiras ao ar livre, e não em um supermercado. Para Doerr, Roma é um mistério: um outdoor de uma marca de roupas tremulando na fachada de uma igreja de quatrocentos anos, uma construção comum ao lado de uma obra-prima da arquitetura. Em meio a tudo isso, ele cuida dos filhos, lida com uma insônia que parece não ceder e tenta, sem muito sucesso, escrever um novo romance - Toda luz que não podemos ver, lançado sete anos mais tarde e que acabaria rendendo ao autor o Pulitzer de ficção. Quatro estações em Roma traz o texto primoroso e sensível que tornou Doerr celebrado no mundo inteiro, ao mesmo tempo um relato íntimo e uma celebração da Cidade Eterna.

“Roma, dizem, non basta una vita. Uma só vida não é suficiente.” 

Não sei quantas vidas são necessárias para conhecer Roma a fundo, o que sei é que a obra “Quatro Estações em Roma” me deixou com ainda mais vontade de conhecer cada cantinho por lá. 

Quatro Estações em Roma” é um relato do premiado autor Anthony Doerr das memórias que ele e sua família passaram em um ano na apaixonante capital da Itália. 

“O fascínio de Roma está em seu quebra-cabeça: sua paciência, sua estratigrafia, a lama do Tibre aglutinando o passado, o vento que traz a poeira da África, a chuva que engole ruínas, o peso acumulado de séculos compactando tudo, transubstanciando todas as pedras em uma só.” 

O livro é dividido em quatro partes correspondentes a cada estação. Durante as divisões das estações, há um acontecimento significativo em cada uma delas. O outono é predominantemente marcado pela estranheza da família com relação à língua, aos costumes e às pessoas. Tão logo chega o inverno, e junto a ele a expectativa de Anthony de ver neve em Roma. O evento marcante da primavera foi a morte do Papa João Paulo II, e com riqueza de detalhes Anthony descreve como foi vivenciar de perto este acontecimento tão significativo para os habitantes de Roma e do mundo. E por fim o verão, estação marcada pela nostalgia do que foi vivido neste ano que a família passou em Roma e pelo anseio da volta para Idaho. 

“Roma é um espelho quebrado, a alça caída de um vestido, um quebra-cabeça de complexidade espantosa. É um iceberg flutuando debaixo de nosso terraço, seu lastro totalmente oculto sob a superfície.” 

Agora, imagine você em uma cidade que o idioma não se assemelha ao de sua língua materna, e ao precisar comprar algo, ou precisar de ajuda você não saberá ao certo como se expressar. Piore a situação, e acrescente dois bebês de seis meses nesta aventura. Em toda a obra, independente da estação, a dificuldade do autor e de sua esposa Shauna em criarem os gêmeos é descrita a todo momento. A quantidade de detalhes que o autor expressa, torna esse relato ainda mais interessante ao leitor. 

“Roma também é assim, penso. Uma parte imensa e essencial da cidade jaz no subsolo, os ramos de sua história compactados tão densamente, dez séculos a cada dez centímetros, que ninguém jamais conseguirá elucida-la por completo.” 

É importante salientar que o tempo que a narrativa ocorre é no ano de 2004 e que esta obra não contém ação, um romance ou um drama arrebatador, ou muita diversão, mas realço que apesar de não ter essas características, o livro possui uma delicadeza que prende o leitor. 

“Em certo sentido, nosso desafio este ano foi o mesmo que o de Roma: reconciliar a nova e a velha vida, cavar um túnel de volta para o futuro.” 

Ao ler uma obra deste gênero, onde o autor compartilha com o leitor as suas experiências e conhecimentos, sinto-me próxima a ele, de forma que consigo visualizar, ou pelo menos imaginar, os locais que ele visitou e as lições aprendidas por ele. Em muitas páginas eu marquei trechos apaixonantes sobre Roma, frases citadas de outros escritores e lugares os quais um dia espero visitar. 

Após dois dias, de uma leitura fácil e cheia de sentimento, fiquei bastante curiosa para ler o outro livro de Anthony "Toda Luz que Não Podemos Ver", ganhador do Prêmio Pulitzer para Ficção em 2015, e lógico com uma vontade imensa de conhecer mais da tão misteriosa Roma. 

“O que a Itália me ensinou? A não ter muitas certezas.”

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